quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A questão da técnica” em Martin Heidegger

Heidegger constrói no seu texto uma reflexão sobre o homem e a sua contemporaneidade, procura identificara a relação do homem com a tecnologia moderna (Ge-stell) e a forma como estes interagem com a natureza. O autor começa por procurar o sentido original de técnica, voltando-se assim para a base, o conceito de techné grega. Contudo, o seu raciocínio não se fixa na essência da técnica, recusa mesmo a ideia de que a técnica seja um meio para um fim, uma simples instrumentalização ou casualidade, aproxima mesmo o conceito da ideia de caminho revelador, de desvelação (poiésis), de desencobrimento do ser e da verdade. A técnica revela-se então como um tipo de saber, no qual o seu sentido não depende de algo técnico.
Para Heidegger o homem nunca dominará por completo a técnica, apesar de ser o homem quem a cria, esta aparece-lhe como um caminho um destino mas nunca como uma fatalidade, já que o autor considera que existe a possibilidade mesmo que só para alguns, de conseguirem um relacionamento com a tecnologia de uma forma livre.   
            A arte aparece então ao autor como a verdadeira possibilidade de estabelecer esta relação livre entre técnica, vida e natureza. Apesar de a arte na contemporaneidade estar dominada pelo ge-stell. O autor vê o poeta como o ser capaz de caminhar até a origem e regressar, pois este segue apenas o seu destino. O poeta tem então a capacidade de caminhar entre a arte e a técnica, de chegar ao seu ponto em comum à techné, e de voltar para desvelar (poiésis),.
            Então surge a ideia de que salvação e perigo coabitam no mesmo espaço, pois se ge-stell direciona-nos para o afastamento da essência, a poiésis indica-nos o caminho que o autor cré de salvação o de regresso à essência.        

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