“A
questão da técnica” em Martin Heidegger
Heidegger constrói no
seu texto uma reflexão sobre o homem e a sua contemporaneidade, procura
identificara a relação do homem com a tecnologia moderna (Ge-stell) e a forma como estes interagem com a natureza. O autor
começa por procurar o sentido original de técnica, voltando-se assim para a
base, o conceito de techné grega. Contudo,
o seu raciocínio não se fixa na essência da técnica, recusa mesmo a ideia de
que a técnica seja um meio para um fim, uma simples instrumentalização ou
casualidade, aproxima mesmo o conceito da ideia de caminho revelador, de
desvelação (poiésis), de desencobrimento do ser e da verdade. A técnica revela-se então como um
tipo de saber, no qual o seu sentido não depende de algo técnico.
Para Heidegger o homem
nunca dominará por completo a técnica, apesar de ser o homem quem a cria, esta
aparece-lhe como um caminho um destino mas nunca como uma fatalidade, já que o
autor considera que existe a possibilidade mesmo que só para alguns, de conseguirem
um relacionamento com a tecnologia de uma forma livre.
A arte aparece então ao autor como a verdadeira
possibilidade de estabelecer esta relação livre entre técnica, vida e natureza.
Apesar de a arte na contemporaneidade estar dominada pelo ge-stell. O autor vê o poeta como o ser capaz de caminhar até a
origem e regressar, pois este segue apenas o seu destino. O poeta tem então a
capacidade de caminhar entre a arte e a técnica, de chegar ao seu ponto em
comum à techné, e de voltar para
desvelar (poiésis),.
Então
surge a ideia de que salvação e perigo coabitam no mesmo espaço, pois se ge-stell direciona-nos para o
afastamento da essência, a poiésis indica-nos o caminho que o autor cré de salvação o de regresso à
essência.
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