terça-feira, 26 de novembro de 2013

Tecnologia - Arte

                 Uma e Três Cadeiras, Joseph Kosuth,1970.

A tecnologia moderna visa responder de forma sempre satisfatória às novas necessidade do homem. O homem moderno é cada vez mais receptor/consumidor. portanto, a enorme quantidade de imagens que hoje habitam e constroem o mundo respondem simplesmente à vontade/necessidade, que o homem tem de ver o seu próprio mundo projetado. Estas imagens respondem a uma espécie de afastamento que tornam possível a aproximação/compreensão, o sentimento de pertença, veja-se o caso dos cada vez mais banais simuladores “secund life”.

A tecnologia moderna exerce no homem uma espécie de alienação, pois é ela que segundo Heidegger domina o homem. A tecnologia opera o nivelamento do homem, cria as sociedades de massa, altamente produtivas e consumistas, onde a solidão impera. Nesta sociedade de massas o homem coloca de lado a sua individualidade e as suas múltiplas possibilidades, reservando para si esse papel de mero ordenador de energia (bestand), pois recebe as imagens já criadas e transformadas pela tecnologia universalizante e globalizadora.

Heidegger vê a natureza e a arte como a saída desta generalização do pensamento e do homem-tecnológico. Para o autor natureza e arte partilham um mesmo caminho com a verdadeira essência da técnica (téchne). Na arte reside o domínio do real, o questionamento, a diferença, o desvelamento. Contrapondo o processo Ges-tell, que domina a arte moderna onde tudo é descartável e substituível. Heidegger revela que espera que a arte seja na sua essência plural, cheia de possibilidades, libertadora, aberta a múltiplas experiências. O autor revê na arte a possibilidade de salvação do homem, a única forma deste se voltar a ligar com a natureza, de se ligar às suas raízes e origem.

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